domingo, 25 de março de 2007

Noites frias


Mais uma noite vazia! O extasiante tremeluzir frenético das luzes, os corpos destilados numa orgia intensa, a música galopante, as bebidas dúvias, levam-me para uma realidade paranormal, guiada pela mão devassa de um qualquer ser em efervescência natural!


Mais uma noite em busca do prazer que ficou retido nos teus lábios, no calor da tua carne, da tua voluptuosidade libidinosa, que me arrastava para dimensões perigosamente vertiginosas.

Volto a mim, no final de mais uma noite cálida, e revejo-me de novo preso às memorias intemporais de momentos lascivos, aos fluidos incontroláveis desse ser indomável – o ser Humano.

Até quando este vazio indomável??!!! Até quando esta entrega ao ignoto, até quando esta futilidade tão análoga a tantas outras memórias……


Quero sair, quero desaparecer, quero ……

segunda-feira, 19 de março de 2007

Lost Peaces......


Que fogo é este
Que arde sem se ver
Em que não se sabe
Se o contentamento é descontente.

Será paixão fervorosa,
Ansiosa por se libertar
Ou amor inconstante
Que teima em não acalmar.

Que ardor é este
Que sinto em meu peito
Como chama flamejante
Mas que sem qualquer jeito
Não marcha à ré nem avante

Que amor é este
Que nos jaz e desgraça
Como salteador vil e agreste
Que nos coloca à venda numa praça

Que nos tira a alma
E nos enregela o corpo
Como se se tratasse de uma salva
De alguém defunto - morto.

Meu coração está já inquieto
Já não sabe o que pensar
Estando quase a cair num beco
Onde tudo pode acabar

Bem sei, pode ser fervor
Ou uma paixão sem pensar
Mas também sei que só um puro amor
Com tudo isto pode acabar

Por isso, sofredor e apaixonado
Sigo até ao fim
Até chegar a alguém
Que realmente goste de mim.

sábado, 17 de março de 2007

Suave Brisa.....


O sol germinou, cintilando na sua calma e sua ardência. As flores redobram-se à sua passagem, incólumes à brisa que as agita. As árvores alentam exalando saúde, transformando o escalavrado ar, numa mistura gasosa equilibrada, nociva apenas aqueles que a poluem.
Essa suave brisa, que leva os meus cabelos, numa dança sensual de amor e poesia, transportando-me para lugares inóspitos, virgens nas mãos áridas daqueles que os defendem, resquícios de uma paisagem inebriante de rebeldia única.
Suave brisa que me devolve aos recônditos do meu pensamento, e me coloca os pés novamente nas areias escaldantes da existência, que por desejo se manteria na penumbra de uma bruma, densa e oculta, que me arrebatasse de novo a TI, a quem ocupa todo o meu ser, em todo o momento!


Suave brisa…….. exonera-me!