sábado, 26 de maio de 2007

Coração fraco...

Deambulava eu pelo meu universo virtual, quando me deparei com uma citação: “não se pode perder algo que nunca se teve”.
Foi então que o pesar caiu de novo em meus ombros, recordando num flashback, todos os instantes de êxtase, vividos ao lado de quem até hoje me fez um ser vivo, apaixonado, decadente, e erróneo!
Como é possível submetermo-nos a tão graves lesões corpóreas, sem qualquer raport à realidade….
Como é exequível que nossa natureza homoerectus, ser andante e modificante, tão racionais e premeditados, se deixe abraçar a uma inebriante e fugaz manifestação da beleza…
Olho para trás e penso, sinto, toco, abarco cada momento, cada toque aveludado, cada palavra suave, cada beijo colado, em que a realidade cedia um ínfimo micro segundo por cada gota de saliva, e nos prendia num ensejo eterno, de calor, paixão, efusão, até que: BANG, tudo acabava num sôfrego adeus….
É essa perda, a que mais nos faz chorar… perder quem nunca poderia ser nosso, porque nossos caminhos fluem com caudais distintos…

Desabafo, porque a minha vontade é gritar, escrevo, porque a minha vontade é chorar, sorrio, porque a minha vontade é desaparecer, e neste motim íntimo, tento a todo custo desligar o cérebro da sua massa muscular mais inútil – o coração!

Porque tem de ser tão difícil amar quem apenas gosta de nós, e não desejar quem nos ama profundamente??
Esmoreço por ter de amordaçar tão forte desejo, por ter de acorrentar tão forte impulso, por não poder ser EU!!!

Quem eu quero não me compreende, e eu não compreendo quem me quer!!